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UtilizadorResposta

TAbril

De: Barreiro
7/2/2014 2:13:39 AM
Old&New - Balance


Resumo

Antes de mais, os meus cumprimentos a todas as almas trazidas pela curiosidade ou pelo caso. Este “artigo” visa transmitir um resumo da evolução, ou das influências, de uma dada carta ou ideia, com origem em mesas de jogo do século passado, até aos tempos mais actuais.



A carta/ideia que abordo hoje é uma das mais “míticas” cartas de Magic, e também um dos motivos que levou a uma alteração de mentalidade relativamente a white cards. Naturalmente que me refiro a Balance.

Old Balance

Actualmente, esta velha carta está banida em Legacy e restrita em Vintage, pelo que o seu brilho se limita a poeirentas mesas casuais, no entanto, antes de se reformar trabalhou e deu muito trabalho. E não seria para menos, esta pequena grande carta, com custo de 2 de mana, fazia o mesmo que um Wrath of Gods e um Armageddon juntos, condicionado ainda a mão do oponente.



Durante a sua vida activa esta beldade viu especial destaque em duas listas:

(1) Rack Balance

Lands
4 Bazaar of Bagdad
1 Maze of Ith
4 Mishras Factory
4 Plateau
4 Savannah
4 Taiga
Spells
1 Black Lotus
1 Mox Emerald
1 Mox Ruby
1 Mox Rearl
1 The Rack
1 Candelabra of Tawnos
3 Library of Leng
1 Chaos Orb
2 Relic Barrier
1 Regrowth
4 Balance
4 Chain Lightning
3 Fireball
4 Lightning Bolt
3 Disenchant
2 Consercrate Land
3 Sylvan Library

Este baralho contava com outra “mítica” carta de Magic, Bazaar of Bagdad, que era ouro sobre azul na mecânica do baralho. Hoje em dia também esta land está banida em Legacy.
O objetivo do baralho era recorrer a spells de baixo custo de mana e a Bazaar of Bagdad para limpar a própria mão enquanto se “burnava” o oponente, posteriormente Balance limpava as criaturas e terrenos da mesa, visto o baralho jogar sem criaturas e com poucas lands na mesa. Balance ainda obrigava o oponente a fazer descartes massivos, pelo que The Rack permitia dar o finisher de toque sádico que o baralho pedia, somado à sua principal WinC, Mishras Factory.
O efeito condicionador criado por esta mecânica era tão potente que surgiram versões centradas nas Howling Mine, de forma a eliminar os recursos do oponente ainda mais depressa, levando até a situações de deck out do oponente.

(2) Titania Balance

Lands
1 Forest
2 Plains
4 Savannah
2 Strip Mine
4 Mishras Factory
1 Mishras Workshop
Spells
1 Black Lotus
1 Mox Emerald
1 Mox Ruby
1 Mox Rearl
1 Mox Jet
1 Ivory Tower
1 Chaos Orb
3 Howling Mine
3 Winter Orb
4 Relic Barrier
4 Feellwar Stone
2 Jade Statue
4 Icy Manipulator
4 Swords to Plowshares
4 Disenchants
1 Regrowth
4 Balance
3 Titanias Song

Titania Balance foi sem dúvida um dos mais potentes decks do seu tempo, o objectivo era colocar na mesa, em pouco tempo, uma boa quantidade de artefactos, entre eles Howling Mine e Relic Barrier, que permitiam juntos ter um draw extra e negar esse mesmo draw extra ao oponente. Para além da card advantage o baralho contava com Winter Orb e Icy Manipulator que permitiam lockar as lands do oponente, ou seja, ele apenas poderia desvirar uma land devido ao Orb, land essa que era virada pelo Manipulator.
Sendo um baralho que não dependia de muitas lands, o uso de Balance permitia limpar as criaturas e lands do oponente, o que somado ao lock anterior deixava este indefeso. Por fim, já com o oponente sem capacidade de resposta, entrava Titanias Song na mesa e era game over, ela transformava todos os artefactos em criaturas e permitia ganhar com um ataque massivo.



Após esta breve revisão sobre os decks mais relevantes em que Balance teve casa, chega a vez de passar do “Old Balance” para o “New Balance”.
Na realidade Balance está banida como referido anteriormente, pelo que o “New Balance” que refiro não se traduz numa mudança da arte da carta, mas sim numa nova carta, Restore Balance.

New Balance

Esta segunda carta de Balance permitiu algumas tentativas para reactivar o uso da mecânica, infelizmente com um suspend de 6 o mais provável seria ver o jogo terminado antes mesmo desta prenda ser desembrulhada. Com a saída de cartas com cascade em Alara surgiu um novo folgo para os amantes da carta.
A mecânica de cascade tende em ser associada instintivamente pelos “atletas” de Modern ao deck de Living End, mas também foi aplicada a Restore Balance, não pretendendo usar esta como uma WinC à semelhança de Living End, mas visando antes um outcome que esmaga o oponente e permite uma serena ascensão à vitória. A primeira lista a surgir em que Restore Balance brilhou foi a de Kevin Holmes, denominada de "Garga-Geddon", visto recorrer a um combo utilizado ainda hoje entre Restore Balance e Greater Gargadon, e a Borderposts para salvaguardar as suas fontes de mana.
Tentando contornar estas lacunas surgiram dois decks com base em mecânicas de cascade que podem ser vistos ocasionalmente no ambiente de Modern. Não são listas de Tier 1, nem perto disso, no entanto, tal não significa que o gozo de jogar com elas não seja compensativo para quem não visa ser “o top player da semana”, mas que gosta de dar umas “voltinhas” em FNM.



Existem assim duas listas distintas de Modern Balance:

(1) Borderpost Restore Balance

Lands
3 Evolving Wilds
3 Terramorphic Expanse
2 Forest
1 Swamp
1 Island
2 Mountain
1 Plains
Spells
4 Greater Gargadon
4 Simian Spirit Guide
4 Ardent Plea
4 Violent Outburst
4 Restore Balance
4 Firewild Borderpost
4 Fieldmist Borderpost
4 Wildfield Borderpost
2 Mistvein Borderpost
2 Veinfire Borderpost
3 Idyllic Tutor
1 March of the Machines
2 Blood Moon
2 Tezzeret the Seeker
1 Oblivion Ring
2 Beast Within

A presente lista é a mais básica das listas, no entanto, desde de que o deck existe que sofre alterações, furto de cunhos pessoais ou de tentativas para o melhorar, sendo fácil encontrar listas com Mistveil Plains, Riftwing Cloudskate, Boom/Bust, Thirst for Knowledge e muitas outras.
Na lista de Peter Vieren, em 2011, que foi a primeira de Modern a ser utilizada a nível competitivo, é visível a utilidade de Gideon Jura como side card e de Oblivion Ring no removal. Já na lista de Oliver Law em 2013, existe uma preocupação em aumentar o número de WinC, ou seja, de Tezzeret the Seeker e de March of the Machines, assim como a substituição de Terramorphic Expanse e Evolving Wilds por Scalding Tarn, Arid Mesa e Misty Rainforest.
As adições e alterações mais recentes do deck são resumidas na utilização de Bow of Nylea para reciclar o combo, Perplex a substituir Idyllic Tutor devido à sua maior versatilidade como tutor, Ajani Vengeant para lockar, a Simic Keyrune como WinC e fonte de mana devido à sua resistência a removal, Goblin Charbelcher, Tezzeret, Agent of Bolas, Garruk Relentless, Kiora, the Crashing Wave, Vraska the Unseen e Thassa, God of the Sea como WinCs.
Este deck recorda em certa medida o velhinho Titania Balance quando pensamos em usar March of the Machines ou Tezzeret the Seeker como WinC.
A estratégia do baralho visa jogar com uma única land básica para colocar Borderposts em campo e fazer cascade num Restore Balance ao 3º ou 4º turno. Jogar com Terramorphic Expanse ou com outra fetch é muito similar, visto em qualquer um dos casos o mais relevante ser sempre ter ao segundo turno dois Borderposts em campo. O Gargadon assume uma função de gestão de lands para o 2º e 3º Balance, além disso, por si só é uma boa WinC. Blood Moon ajuda no lock feito pelo Balance (embora não seja essencial) e Beast Within remove o que o Balance não consegue, além disso pode ser utilizada para obrigar quem usa counters a gastar estes ou a fechar as fontes de mana de forma a evitar um counter num Balance.
A nível de sideboard, tende em ser utilizado Demonic Dread, Firespout, Leyline of Sanctity, Krosan Grip, Ingot Chewer, Dismember, Mindbreak Trap, Faerie Macabre, Leyline of the Void, Wispmare e Ricochet Trap.
Embora o baralho funcione bem com poucas fontes de mana, permita usar o efeito esmagador de Balance e tenha uma capacidade de resposta decente pelo uso de tutors, sofre com o hate a Borderposts (exemplo: Abrupt Decay, Ancient Grudge e Stony Silence), o que atrasa o combo, podendo levar à morte do artista, além disso também é frágil a controlo (exemplo: Inquisition of Kozilek, Remand e Cryptic Command).

(2) No-Post Restore Balance

Lands
1 Forest
1 Mountain
1 Swamp
1 Stomping Ground
2 Verdant Catacombs
2 Arid Mesa
1 Sacred Foundry
1 Overgrown Tomb
4 Gemstone Mine
1 Forbidden Orchard
3 City of Brass
1 Plains
1 Temple Garden
2 Blood Crypt
Spells
4 Greater Gargadon
4 Nihilith
4 Durkwood Baloth
2 Keldon Halberdier
4 Simian Spirit Guide
4 Restore Balance
4 Violent Outburs
4 Demonic Dread
3 Ardent Plea
2 Beast Within
3 Firespout

O facto das listas de Borderpost Restore Balance sofrer de muito hate naquilo que parecia ser um benefício óbvio, levou a procurar outras soluções. O mais relevante destes solucionadores de problemas foi Luis Scott-Vargas que fez uma lista de No-Post Restore Balance em 2013.
Tal como o seu deck irmão, existem varias listas, sendo possível ver Deadshot Minotaur e Monstrous Carabid como cyclers, outras criaturas com suspender como Shivan Sand-Mage, Errant Ephemeron e Riftwing Cloudskate, algumas WinC produtoras de mana como os Keyrunes, e até outras magicas com baixo custo que permitam reagir pós Balance como por exemplo Search for Tomorrow ou Dismember.
A estratégia do baralho depende da utilização de Greater Gargadon, para que Balance possa limpar a mesa, no entanto, a remoção total de lands pode ser difícil em inico de jogo, pelo que as listas tendem em correm Firespout de forma a ganhar tempo até o Greater Gargadon estar a gerir a coisa para o Balance. Usando varias cartas rápidas a suspender, o efeito de Balance não só pode atingir a totalidade das lands, com a ajuda do gigante vermelho, como pode danificar muito mais a mão do oponente via descarte que na versão Borderpost. Como WinC, uma vez mais Greater Gargadon é apresentando para o efeito, somando a este existem outras criaturas aptas para esse trabalho, tais como Nihilith.
A nível de sideboard, tende em ser utilizado Leyline of Sanctity, Slaughter Games, Boom/Bust, Faerie Macabre, Beast Within, Ingot Chewer e Leyline of the Void.
Este deck “bate” assim o Borderpost por possuir um maior removal de criaturas e ser resistente, não só por possuir mais WinC, mas por dificultar a vida aos baralhos de controlo, visto as criaturas serem jogadas com custos de 1-2 manas. No entanto, fica a perder o efeito de Armageddon ao 3º ou 4º turno, além de que a sua base de mana tende em ser frágil e inconsistente.

Observações Finais

Assim apesento Balance, uma carta que embora tenha perdido o seu fulgor de tempos áureos, contínua presente e a colocar sorrisos no rosto de quem se atreve a brincar com ela. Exemplo de tal é a recente lista de Alfonso Cabeza, de 2014, que leva à ponderação de Superfriends Balance como uma opção cada vez mais viável em Modern.
A lista de Superfriends Balance é caracteriza pelo somatório do melhor que Post e No-Post tem para oferecer, somada à redução dos defeitos latentes a estes. Para além disso a lista é feita a pensar não apenas no combo, podendo até jogar sem este, mas sim na capacidade de resposta ao metagame.

Lands
2 Arid Mesa
1 Forest
1 Hallowed Fountain
2 Island
3 Misty Rainforest
1 Mountain
1 Plains
3 Scalding Tarn
1 Steam Vents
1 Stomping Ground
1 Temple Garden
Spells
4 Greater Gargadon
2 Riftwing Cloudskate
3 Simian Spirit Guide
2 Thassa, God of the Sea
3 Vendilion Clique
4 Fieldmist Borderpost
2 Firewild Borderpost
2 Wildfield Borderpost
4 Ardent Plea
4 Violent Outburst
1 Detention Sphere
2 Dismember
3 Restore Balance
2 Ajani Vengeant
1 Elspeth, Knight-Errant
1 Garruk Relentless
1 Gideon Jura
2 Jace, Architect of Thought
Sideboard
1 Anger of the Gods
1 Detention Sphere
2 Ingot Chewer
2 Kor Firewalker
1 Krosan Grip
4 Leyline of Sanctity
1 Mistveil Plains
3 Ricochet Trap

Espero que tenham gostado do “artigo”. Caso exista qualquer dúvida ou acréscimo a fazer relativo a este tema é só postar ou referir por pm. Gostaria também de pedir feedback para saber o que devo melhorar ou alterar para a realização de futuros artigos.

Por fim deixo em questão: Qual a carta/ideia que gostariam de ver num próximo artigo deste género?

Referências

www.youtube.com/watch?v=ve6XCJl04hk
www.youtube.com/watch?v=9_0oNXJdJm4
https://www.wizards.com/Magic/Magazine/Article.aspx?x=mtg/daily/eventcoverage/ptphi11/dtVieren
puremtgo.com/articles/becoming-modern-man-restore-balance
archive.wizards.com/Magic/magazine/article.aspx?x=mtg/daily/deck/1287
www.mtgsalvation.com/forums/the-game/modern/modern-deck-creation/221760-restore-balance-combo
archive.wizards.com/Magic/magazine/article.aspx?x=mtg/daily/eventcoverage/ptbng14/moderndecks

Com os melhores cumprimentos,
TAbril
Alterado a 7/3/2014 11:47:33 PM por milton18
Alterado a 7/13/2014 6:05:08 PM por TAbril

pedrobronze


De: Senhora da Hora
7/17/2014 1:30:57 PM
fixe
Já levei muitas vezes na boca contra este deck do tiago no CT!
É uma mecânica interessado, a de lockar o adversário! Tb havia o deck de stasis, as orbs e há também um que ocasionalmente uso em legacy que é o stax, que já viu um artigo algures por aqui.

TAbril


De: Barreiro
7/13/2014 6:08:12 PM
...
Sottomayor muito obrigado pelo feedback!
Fica prometido que o próximo artigo deste tipo terá Aluren como tema central.

Sottomayor


De: Aveiro
7/6/2014 10:11:31 PM
Aluren
Boas

Antes de mais parabéns pelo artigo.

Um dia também gostava de ver um artigo sobre o Aluren, é uma carta pela qual tenho grande estima e sempre achei que tinha grande potencial.

Abraço o/
Responder

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